quinta-feira, 17 de outubro de 2024

O PAPA FRANCISCO E A CATEQUESE

No dia 10 de setembro de 2022 o Papa Francisco recebeu os catequistas participantes do III Congresso Internacional de Catequese na Sala Paulo VI em Roma. Nesta audiência ele falou o seguinte: “Nunca se cansem de serem catequistas e transmitir uma fé viva”.

Ele nos pede para não nos desanimarmos para com a catequese, que sejamos perseverantes, que encaremos a catequese com ânimo e empenho para transmitir a fé, porque é uma importante responsabilidade para com as crianças, jovens e adultos que querem realizar um caminho de fé.

Por entender a importância do catequista dentro da comunidade cristã, tendo “um grande papel” na evangelização, o Papa Francisco institui o ministério do catequista reconhecendo a presença do leigo e da leiga que colaboram no serviço da evangelização em uma sociedade que impõe uma cultura globalizada.

Ao dizer para não nos cansarmos ele acrescenta: “... é preciso encontrar melhores formas para que a comunicação da fé seja adequada à idade e à preparação das pessoas que nos ouvem”. Em nossa Diocese estamos seguindo esse conselho do Papa, onde começamos esse ano um novo “jeito” de dar catequese, os encontros que preparamos são uma verdadeira Leitura Orante da Palavra, que se complementa nas celebrações de entrega e nos encontros celebrativos, dando um sentido ao que nós queremos com a catequese: que nosso catequizandos e catequizandas tenham um encontro verdadeiro com uma Pessoa, Jesus Cristo. 

Ainda de acordo com o que nos diz o Papa: “... é decisivo o encontro pessoal que temos com cada um deles (catequizandos), porque este abre o coração para acolher o primeiro anúncio e deseja crescer na vida cristã com o dinamismo que a catequese nos permitir realizar.” E a nossa catequese está indo nessa direção, sendo uma catequese mais cativante, onde vai de encontro do que está invisível aos nossos olhos, mas muito visível ao nosso coração.

Quero terminar esse artigo com uma última mensagem do Papa: “Queridos catequistas, vocês são chamados a tornar visível e tangível a pessoa de Jesus Cristo, que ama cada um de vocês e por isso se torna regra de nossa vida e critério de julgamento de nossa ação moral. Nunca se afastem desta fonte de amor, porque é a condição para ser felizes e cheios de alegria sempre e apesar de tudo”.

Como aprofundamento dos ensinamentos do Papa Francisco para nós catequistas sugiro a leitura do Documento Pontifício número 48 com o título: ANTIQUUM MINISTERIUM – Pelo qual se institui o Ministério de Catequista.

Testemunhas de uma vida nova

O verdadeiro e único mandamento desta "nova vida" é o "amor". Aquele "que vem de Deus e que Jesus revelou com o mistério da sua presença entre nós". “Queridos catequistas, vocês são chamados a tornar visível e tangível a pessoa de Jesus Cristo, que ama cada um de vocês e por isso se torna regra de nossa vida e critério de julgamento de nossa ação moral. Nunca se afastem desta fonte de amor, porque é a condição para ser felizes e cheios de alegria sempre e apesar de tudo”.


Célio Reginaldo Calikoski

Catequista e idealizador do Clube Kerigma de livros para catequistas


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domingo, 13 de outubro de 2024

PRÁTICA E PARTILHA NA CATEQUESE

A catequese de inspiração catecumenal leva a pessoa a olhar o mundo com os olhos de compaixão, com um coração aberto às necessidades do próximo. A dimensão comunitária, entre os cristãos, os gestos e palavras precisam ser transformadas em prática e partilha na catequese. Essa era a foram de agir de Jesus. Ele sempre pregava a unidade e a convivência fraterna e essa prática, a exemplo do Mestre, deve estar visível em nossa catequese hoje.

Vivemos num mundo egoísta que sempre dá mais importância ao individualismo, colocando em risco a vida humana em toda a sua forma. O Papa Francisco na Carta Encíclica Laudato Si nos diz: “a própria vida humana é um dom que deve ser protegido de várias formas de degradação. Toda pretensão de cuidar e melhorar o mundo requer mudanças profundas”. (Laudato Si, n. 05, p. 11). Nessa frase o Papa quer nos dizer que devemos seguir e ser exemplo de uma vida cristã autêntica, mudando nosso estilo de vida e, também, que as estruturas de poder estejam empenhadas na transformação evangélica da realidade em que vivemos.

Deus, nosso Criador, nos fez pessoas doadores de dons, onde cada um partilha as riquezas recebidas para melhorar a sociedade, fazendo com que todos os seres humanos sejam respeitados nos seus direitos, nos seus deveres e na sua dignidade e possam, assim, conviver como irmãos.

Ao falarmos de partilha vem em nossa mente a palavra solidariedade. Essa palavra sempre está na “moda”, como uma forma das pessoas aliviarem sua consciência em relação a sociedade que sofre com a fome, a doença e o abandono nas sarjetas da vida. Mas solidariedade é muito mais do que generosidade, “significa muito mais do que atos esporádicos de generosidade, é muito mais, supõe a criação de uma mentalidade que pense em termos de comunidade, de prioridade da vida de todos sobre a apropriação de bens por parte de alguns. Isso significa solidariedade” (Papa Francisco, Audiência Geral do dia 02/09/2020 disponível em https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2020-09/papa-francisco-audiencia-geral-2-setembro-2020.html#:~:text=A%20palavra%20%E2%80%9Csolidariedade%E2%80%9D%20%E2%80%93%20sublinhou%20Francisco%20%E2%80%93%20%E2%80%9Csignifica,bens%20por%20parte%20de%20alguns.%20Isso%20significa%20solidariedade.?msclkid=2817ec44d03611ec9c25d6dd56fed2ac ).

A solidariedade nos permite termos comunidade guiada pela fé onde tudo que existe deve estar em função do ser humano. Os bens acumulados na terra estão nas mãos de alguns poucos seres humanos, esses bens precisam ser disponibilizados a todos. Através da solidariedade podemos evitar a “síndrome da Torre de Babel”, onde pensamos em subir cada vez mais alto sem pesar no próximo que precisa de ajuda para também subir. O pensamento da sociedade de hoje se resume nesta frase do Papa Francisco: “Construímos torres e arranha-céus, mas destruímos a comunidade. Unificamos edifícios e línguas, mas mortificamos a riqueza cultural. Queremos ser senhores da Terra, mas arruinamos a biodiversidade e o equilíbrio ecológico.” (Papa Francisco, Audiência Geral do dia 02/09/2020 disponível em https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2020-09/papa-francisco-audiencia-geral-2-setembro-2020.html#:~:text=A%20palavra%20%E2%80%9Csolidariedade%E2%80%9D%20%E2%80%93%20sublinhou%20Francisco%20%E2%80%93%20%E2%80%9Csignifica,bens%20por%20parte%20de%20alguns.%20Isso%20significa%20solidariedade.?msclkid=2817ec44d03611ec9c25d6dd56fed2ac ).

Devemos fazer da nossa catequese uma atividade evangélico transformadora, onde nossa prática e partilha são o exemplo corajoso para mudar a realidade da comunidade onde o catequizando e o catequista estão inseridos. Para isso temos que imitar as atitudes de Jesus que influenciaram na mudança de postura do povo de seu tempo. Dom Paulo Peixoto nos diz que “Sem uma transformação corajosa e radical do aqui e agora, principalmente em relação à violência, à casa comum, ao egoísmo acumulador, teremos um futuro incerto e preocupante.” (Dom Paulo Peixoto no texto Partilhar a mesa, disponível em https://catequizar.com.br/partilhar-a-mesa/?msclkid=01e79b41d03311ecba8f687e898c8c73 ).

Vamos, neste momento, refletir sobre o texto de Lucas, 16, 19-31. Depois de ler e discutirem em grupo esse texto, respondam a seguintes questões: Como a sociedade pensa e vê as necessidades do próximo? Como a Catequese pode transformar a realidade egoísta do mundo de hoje?


Célio Reginaldo Calikoski

Catequista e idealizador do Clube Kerigma de livros para catequistas


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O PAPA FRANCISCO E A CATEQUESE

No dia 10 de setembro de 2022 o Papa Francisco recebeu os catequistas participantes do III Congresso Internacional de Catequese na Sala Paul...